Depoimentos de cursistas sobre algumas de suas experiências com a palavra escrita
Elayne Rocha Coelho do Barros
Meu pai sempre trabalhou em empresas ligadas à leitura. Trabalhou na Folha de São Paulo, Editora Três entre outras. Quando eu tinha uns dez anos, meu pai trabalhava em uma distribuidora de livros e revistas. Aos sábados, meu irmão e eu, íamos com o nosso pai para o trabalho. Lembro que havia pilhas e pilhas de livros e revistas que eram distribuídos para as bancas de jornais. Podíamos ler qualquer um lá, mas como crianças, gostávamos era dos gibís. Meu pai foi uma referência na leitura, como ía de trem para o trabalho, lia um livro de bolso, aqueles que tinham histórias de faroeste, por viagem. Hoje em dia, com a vida corrida que tenho, só consigo ler revistas, porque quando começo a ler alguma coisa tenho que ir até o fim e como as reportagens nas revistas têm textos curtos, nos poucos minutos que sento, consigo ler.
Rodnei Pereira Coutinho
Tive muitas experiências com leitura na minha infância. Um de meus primeiros contatos com a leitura foi com os gibis. Também posso falar sobre minha evolução com a leitura.Primeiramente os gibis, depois coleções como Grandes Personagens de Nossa História, grandes livros de História publicado nos anos 1960 que meu pai possuía na estante. Outras coleções como Enciclopédia Barsa, Almanaque Abril, Mapas, Atlas, até mesmo o Guia Mapograph, que contava um pouco de história do nosso litoral. Ainda na fazenda, li e reli uma certa Bíblia que ganhei quando criança, não a tradicional Bíblia que conhecemos, e sim um livro de capa amarela que contava histórias da Bíblia, cerca de 250 páginas ou mais pelo que me lembre. Tudo isso eu já gostava de fazer antes mesmo dos meus 11 anos de idade.
Aos 13 ou 14, além de já gostar de Matemática, acabei também por gostar muito de contos de suspense e terror, gostava muito de ver filmes do gênero. Através do livro O Escaravelho do Diabo e com as idéias que tinha dos filmes que eu assistia de madrugada na tv, por volta dos meus 14 anos, comecei minha "época de escritor". Passei alguns meses datilografando minha própria estória sobre o mesmo ao lado um dicionário para não escrever nada errado. Inventei minha estória misturando contos do Escaravelho com os filmes que via na tv. No final, cerca de 120 folhas de papel sulfite datilografados frente e verso deixados, não sei porque, em cima da geladeira, onde semanas depois mamãe jogara tudo no lixo.
Por volta dos meus 20 anos, acabei por gostar tanto de Matemática que só estudar para mim era pouco, tinha que escrever também, inventar minhas apostilas e meus exercícios.
Karin Silva de Oliveira
Minha primeira experiência sem dúvida foi nos anos iniciais do ensino fundamental, quando minha professora Maria Tereza Brandão me ensinou a ler, então lia tudo o que via, principalmente os rótulos dos remédios que tinha em casa. Lembro-me até hoje o sorriso da minha mãe quando comecei a ler, embora um pouco maior, já na 5a. série, incentivada pela professora de Português Margareth, li todos os livros da biblioteca que falava sobre mitologia grega e até hoje gosto deste tipo de leitura.Hoje mais madura gosto de textos científicos e novos avanços da ciência, obtiver um resultado importante com o incentivo dos meus professores com o afeto e transmissão de valores (leitura) que não obtive no lar, pois nenhum livro ou gibi tinha em casa. Acredito que a reorganização da experiência cotidiana e espontânea tem assim um resultado importante para a educação, pois é principalmente nela que intervem os afetos e valores, é com base nela, embora não exclusivamente que se constroem as visões do outro e do mundo, pois uma parte relevante da experiência espontânea é feita de interação com os outros, de influências dos meios de comunicação, de convivência social, pelos quais os significados são negociados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário